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sábado, 28 de setembro de 2013

A inveja.

Raphael Reys Reys “Há algo na infelicidade dos nossos amigos que não nos desagrada completamente” - Kant.

Não é de hoje que a sabedoria popular receita os seus remédios para proteger as pessoas de determinados sentimentos e ações de outras, frente ao sucesso que alcanç
aram em suas vidas.
Figa, pé de coelho, trevos de quatro folhas, espada de São Jorge, amuletos de toda a sorte, são usados na crença contra os poderes da inveja, que não só vêm de tempos remotos como também é universal.
Considerada pecado capital, a inveja é um afeto que faz parte da complexidade da alma humana e manifesta-se através do sentimento e da ação. É um sentimento raivoso gerado pelo fato de outra pessoa possuir e desfrutar algo desejável.
No impulso invejoso, ocorre uma ação: a de tirar esse algo, prejudicar. Nesse sentido, o mais importante não é o que se ganha, mas o que o outro perde.
São Tomás de Aquino fala da inveja como uma tristeza, um sentimento de infelicidade diante da felicidade alheia ou da felicidade diante da infelicidade alheia. É inegável que, diante dos valores da sociedade contemporânea, nada incomoda mais do que ser bem-sucedido, principalmente na profissão.
A etimologia da palavra sucesso é muito interessante, pois tem a sua raiz no termo ceder, cair, no sentido de algo que se destaca. É aí que entra a questão, destaca do quê? Do grupo ao qual o sujeito pertence? De seu grupo social, familiar, profissional?
Alcançar uma posição de destaque não é sem preço. Muitas vezes, esse preço é cobrado através de punições por parte, inclusive, daqueles que menos se espera. Ser bem-sucedido, em qualquer área da vida, pode incomodar, e muito. Todo ideal comporta uma dimensão imaginária de completude. Ter sucesso, muitas das vezes, pode representar, também, alcançar o ideal de outros.
O sujeito é visto como alguém que tem TUDO, como se isso fosse possível. E o que é pior: não importa se trabalhou anos a fio para chegar onde chegou. Será visto, na grande maioria das vezes, como alguém que usufrui de algo indevido.
É mais comum do que se pensa, pessoas se sentirem vítimas do sucesso alheio. Não ter alcançando algo almejado é sentido como “culpa do outro” que o consegue.
A inveja requer uma comparação entre o Eu e o Outro e implica o desejo de suprimir diferenças. É uma maneira de nivelar por baixo: se eu não posso ter, não suporto que o outro tenha. No fundo, revela-se em uma questão de impotência.
Uma maneira eficaz de dissimular a inveja e tentar atingir o alvo invejado é tentar diminuir ou tirar o seu valor, denegrir. Ao tentar quebrar a reputação de alguém bem-sucedido e com méritos para tanto, produz-se um alívio. Alguma coisa como”; no sexo masculino, por exemplo, o sucesso financeiro de outro homem costuma incomodar, portanto é comum ouvirmos frases do tipo: Ahh, mas ele enriqueceu roubando, assim é fácil! Ou então: Claro, já era herdeiro, quero ver se vai segurar o que herdou! E no sexo feminino costuma ser a aparência e sucesso de outra mulher que incomoda:- Daquele jeito qualquer uma fica bonita. Cheia de lipo-aspiração e silicone, ou ela só" fisgou" aquele cara porque deu golpe da barriga ou Só Deus sabe o que ela teve que fazer pra chegar até lá, haja teste do sofá.
Funciona como um bálsamo, um emplasto para acalmar e dissimular a própria ira. Em tempos de alta performance, nada mais atual.
É aqui que entra o poder dos fracos. Pessoas que se comportam como se o outro lhe devesse alguma coisa. Não ter alcançando algo almejado é sentido como culpa do outro que o consegue. O fraco dedica a própria vida a contabilizar o crescimento de outros, sente-se vítima do sucesso alheio.
Para o homo sapiens, é tão raro reconhecer o outro em sua capacidade e valor quanto é comum compartilhar de críticas e ataques destrutivos. Basta observar.
Sobre a natureza humana, Santo Agostinho já dizia que não é sem dor ou inveja que uma criança pequena assiste ao seu irmão recém-nascido mamar no peito da mãe.
Por tratar-se de um sentimento bastante arcaico, a passagem da inveja para uma condição mais evoluída ocorre quando há reparação, ou seja, reconhecimento de um outro menos idealizado.

Viviane Guimarães - Psicanalista

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A que vos fala...

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Sou uma mensageira do meu tempo, estudei música teatro medicina jornalismo e história; conheci o mestre Juan -em Teatro Buenos Aires- aprendi a desaprender tudo isso e a me reconectar com a fonte; com a #linguagemdascores, a lógica do Cosmos e a Cosmologia xamánica, vem para condensar toda essa experiencia; hoje calculo mapas cosmológicos, guio reprogramações e analiso jogos de pedras como terapia. Aplico todos estes conhecimentos no Planetas Studio, virtual e presencialmente; vivencio a transformação!

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